Essa semana foi uma das mais difíceis da minha vida. Esse texto não tem cunho poético, é novamente aquela necessidade incontrolável de querer vomitar as palavras e tudo o que me anda consumindo. Nem saberia por onde começar direito. E também não quero expor tão abertamente um assunto tão delicado. Ainda porquê, exposição é o que menos se precisa nesse momento. Mas eu tenho que colocar isso para fora, nem que seja em um lugarzinho escondido e quase inclicável entre múltiplos links.
Mas vamos tentar assim: A pessoa que eu mais amo nesse mundo, a mais importante, a quem devo a minha vida, sofre de uma doença psicológica grave. E com 20 anos posso te dizer que essa doença é cruel, imprevisível e, como a maioria das doenças, injusta. Ela te faz passar pelas piores coisas. Você vira uma escrava de sua mente, o real se confunde com a imaginário, você diz incoerências... Isso para não falar dos momentos em que a euforia passa e a tristeza mais profunda ataca ao levar a consciência do seu estado. Mesmo descrevendo assim, dessa maneira tão patológica, nunca saberei definir exatamente como é passar por isso, somente quem vive na pele sabe o quão horrível é. Observando de fora, porém, já é desesperador.
Não sei quais momentos são os piores: os de hiperatividade ou os de depressão. Você tem noção como é olhar nos olhos da pessoa mais próxima sua e não reconhecê-la? Não só isso, mas como enxergar delírio, chegar a ter medo? E depois, como uma montanha russa que atinge o seu nível mais alto e despenca logo em seguida, ter que ouvir os pensamentos que afogam e sufocam a sua alma. É difícil se conformar que tudo isso não é questão de comportamento, mas sim uma doença.
E apesar da minha idade indicar uma maior maturidade, ainda me sinto impotente, não sei como lidar em certos momentos. Não sei até que ponto é a sua voz verdadeira que fala ou se é algum surto que se aproxima.
Geralmente, em uma situação dessas, eu pediria ajuda a Deus, mas até isso já tem vindo em demasia. O surto disfarçado de episódio pentecostal reafirma isso. Mesmo assim, ainda tenho fé e peço a ele; mas a aquele que não está por trás dos dízimos da igreja, cultos sensacionalistas ou julgamentos de símbolos mesquinhos. Peço a ele, ao Deus realmente bom e livre das intervenções e dos interesses dos homens que, por favor, faça isso passar logo. Ajude ela a se reerguer e não cair mais.
Eu, acredite, estou fazendo a minha parte e tentando ajudar o máximo possível. Não só eu, mas todos a minha volta também. Quanto mais isso se alonga, porém, mais exaustivo fica. Mas ainda assim, por mais que a dor pareça insuportável a mim e aos outros, como a própria mesma disse, quem mais sofre no fim das contas é ela.