quarta-feira, 26 de junho de 2013

Meu Henry Chinaski.

Lembro que de relance te vi, mas nem prestei muita atenção em sua presença. Porém, bastou que a arte nos unisse. Mais de 400 obras de Francis Alys: Fabíola, apesar de estar de perfil, nos mirando como se fosse uma espécie de Monalisa com tom de deboche.
Apesar de nunca ter feito algo tão impulsivo, foi interessante como tudo foi intensamente natural.
Me senti em uma espécie daqueles filmes emocionantes que percorrem as ruas mais marginais possíveis, ou até em algum dos contos do rei Buk. 
"Bukowski, Bukowski", Nós repetíamos. E você disse que eu subi 10 pontos no seu conceito por estar lendo um livro dele, mas mal sabia você que eu é que já tinha me derretido metade por dentro, admirada por tamanha experiência e conhecimento artístico. 
Tudo tão sujo, e eu não poderia ter adorado mais.
Em tão pouco tempo, um ou dois copos de cerveja; arte, arte e mais arte; alguns nomes; muitos beijos, toques e conversas... Tantos "tudo", mas tão pouco "amor", graças a Deus (Desse último, a propósito, preciso de um tempo pois já tomei doses demais ultimamente e o resultado foi bem amargo).
"El Valiente", dizia o selo, estampando uma figura impotente que condizia mais ou menos com a tatuagem falha que você possuía em seu braço. E o pudor foi logo deixado de lado. Na hora do auge me deparei com algumas bizarrices, é verdade; mas tudo bem, porque seu rosto de êxtase será uma daquelas cenas que guardarei pra sempre. E você ainda mentalmente gozava muito além de aquilo tudo, ao mesmo tempo que eu me aquecia na camisa jeans e ria das obcenidades na parede.
Fato é que toda vez que escutar "All night long", inevitavelmente lembrarei, meio que rindo, de você cantando com seu sotaque carioca de "boxxta".
Até um dia.
Ou até nunca mais.
Baby.

sábado, 22 de junho de 2013

Enfim encontrei o Lírio e o resultado foi isso:

E aqui estou eu, às 3 horas e pouco da manhã de um domingo de férias, extasiada de sono, mas com um bilhão de coisas na cabeça, cena muito familiar essa, meus dedos contém restos de giz pastel vermelho e meus olhos estão mais que injetados, sinto que os períodos serão longos, muitos erros de ortografia estão por vir e o uso de vírgulas será abundante, porém proposital, porque inovar o estilo de escrita é sempre saudável, fluxo de pensamento sabe como é que é.
Ufa.
Questão é: Estava eu investigando o passado de um passado recente meu, o qual, a propósito, não consegui sentir raiva ou ciúmes, pelo contrário, tive até um sentimento leve de compaixão, mas isso pode ficar pra outro dia. Uma coisa liga a outra e cinco ou trinta minutos depois lá estava eu investigando não o passado recente, mas o passado pleonasticamente mais antigo, sem muita esperança de achar algo já que incontáveis vezes eu me vi nessa situação e sempre fracassava em te encontrar.
Octávio > Como era o nome dela mesmo? Aquela vadia, sabe? > Gabriela! > Agnes ... > ? E sempre parava por aqui.
Mas hoje eu te achei. (Obrigada, Esteban ou sei lá o seu nome, garoto vizinho meu, mora em Caetano que eu sei por ter te visto no ônibus um dia. Alargador legal, a propósito).
Eu te achei depois de tanto tempo e nem parece que você foi minha inspiração pra tantos, tantos textos sofridos que gritavam a dor infinita, somados a toda aquela paixão que brotou de lugar nenhum e se transformou em uma laranjeira com galhos retorcidos e frutos inebriantes. Sinceramente, não sei nem de onde eu tirei isso, mas de alguma forma essa estúpida metáfora tem coesão em alguma parte de meu cérebro, o que não vem ao caso, afinal o que quero dizer é que embora eu mal te conheça ao pé da letra é estranho perceber o quanto eu mudei e você permance o mesmo; embora nunca tenha dito isso em voz alta, sempre me pareceu certo que você era do tipo que gostava de velejar, o que não me surpreendeu ao confirmar pelo barco e paisagem azul, porém confesso que não esperava que tivesse cortado tanto o seu cabelo.
Estava certa também quanto a "IRA", mas mal sabia eu que estava procurando muitos Ninhos ou Minhocas, mas o que estava faltando mesmo eram Lírios, tola eu, como era óbvio, não a toa eu reblogo tantas fotos de flores, estava marcado no destino, por favor perceba o soco de ironia.
Em meio a tudo isso, tudo que eu sei é que eu não vou ficar mais sonhando eu te encontrar em um café qualquer, sorrir e perguntar como vai a vida no maior estilo Taylor Swift, não, não é isso que eu quero, porque hoje eu vejo que apesar de às vezes eu te procurar (o que é natural pensar às vezes em você, já que fez parte de minha história e histórias não podem ser simplesmente apagadas ao menos que você esteja dentro daquele filme de nome longo protagonizado pelo Jim Carrey), eu estou bem e você também, e isso me deixa, não diria "feliz" porque considero essa palavra muito forte, mas isso me deixa satisfeita, igual a um sentimento de dever cumprido ou como um abraço interior.
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Isso que dá quando o que sempre foi parcialmente obscuro de repente ganha nexo: Mais emaranhados e menos noção ainda. Afinal, sejamos sinceros, o que diz um Lírio se eu nunca ganhei um?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"johny? está me ouvindo?

sim sim claro tua mãe e eu perdoamos já perdoamos eu disse perdoamos isso acontece claro acontece a qualquer um eu disse qualquer um é to anyone do you hear me yes we forgive you i said your mother your mother forgives you yes you do you hear me now whatever it is é claro tudo perdoado tua mãe perdoa mãe sempre perdoa tudo eu disse tudo forgives yes your mother and i we never never pai sempre perdoa i forgive you perdoo perdôo agora vá dormir my poor johny dormir eu disse já disse que perdoo tua mãe perdoa agora johny está me ouvindo johny está me ouvindo when i say do you hear me yes johny do you do you do"

- Paulo Leminski.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Trauma de maio-junho. Amor de Outono, não durou mais que meio mês. Igualzinho ano passado, com a diferença que dessa vez estou, na medida do possível, bem.

Hoje não aguentei andar e tive que pegar um táxi no meio do caminho. Não era preguiça ou sono, meus pés estavam descansados. Mas foi meu coração que se apertou mais naquele momento e uma incômoda coceira começou a apontar em meu peito.
Não suportava mais ter que ler a sua bola de cristal. Então liguei. Liguei pra ver se algo ligava.
Incrível como em tão pouco tempo a vida tão pacata se transforma em um furacão, não é? Suga todas as emoções ao mesmo tempo, mas em poucos segundos cospe tudo de volta, em seus devidos lugares. Sim, em seus devidos lugares, mas com a diferença de ter deixado tudo bagunçado.
Em questão de milésimos de segundos deixei pessoas escorrerem entre meus dedos. E eu fiquei mal, mas mal de esvaziar uma ou duas lágrimas para condizer com a duração. Por mais que a carência fosse muita, ao menos é reconhecível ter conseguido ignorar as mensagens daquele outro alguém.
Eu estava errada em você estar certo: Você não é tão seguro de seus sentimentos asssim...
Mas tudo bem. Tudo bem, porque quem sou eu para julgá-lo?
É com muito carinho e com um sorriso tímido que eu guardo as memórias migalhas. E quer saber mais? Eu estou até disposta a te esperar. Disposta a esperar, mas sem ficar sentada. 
Se algum dia nós estivermos prontos um pro outro e as circunstâncias permitirem, nós simplesmente saberemos que é o momento, o qual certamente não é agora.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre novos céus

Estava tão focada na lua
Que não notei 
Como o sol também era belo

Demorou, mas percebi 
Que era dele que precisava
Para me aquecer
E derreter
A pulsação fria feito gelo

Mesmo que o primeiro selo
Não tenha sido 
Tão mágico assim
Bastou alguns toques 
Para conseguir me ganhar

Em um estalo de dedos,
Admito que os murmúrios 
E as carícias
Não desprendem mais 
De minha pele

Já escutei, senti
A sua sensibilidade. 
Oposto de mim,
Sua segurança 
Quanto as emoções
É puramente admirável

Ao mesmo tempo
Em que faço de tudo 
Para não pensar 
Nos rótulos futuros
Não posso esconder 
O monstro que teme

Teme e treme

Em apaixonar-se,
Em decepcionar-se,
Aquela velharia de sempre.

Enquanto isso,
Minha alma atordoada martela:
Espaço, E s p a ç o
Para alguém 
Tão especial...

Se por acaso eu não te procuro depois dos regozijos,
É porque temo que você se canse de mim.