sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mais uma dessas reflexões aparentemente desconexas que surgem durante o banho.

É o modo como os dedos passam sobre o vidro embaçado, tentando enxergar algo depois de uma tarde chuvosa.

De repente tudo parece tão claro e você se inconforma como deixou que te pisoteassem sem nem ao menos perceber.

Vendo por outro lado, quem se importa se ao reencontrá-los o meu corpo age indiferente, apenas erguendo a cabeça e continuando a tomar o meu café? 


Bom ficar atenta a esses disfarces... Os Hollisters de ontem podem ser a garota de boina e semblante blasé de amanhã.


Tudo perde ainda mais o sentido quando alguém detestável uma vez me disse uma das frases que mais marcou minha vida:

"Enquanto houver contradição, ainda haverá esperança".

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Se você acha que estou escrevendo sobre você, você está certo".

Gosto de como você consegue entender como é ser um alvo fácil de babaquices, de concordar que aquela música não é tão ruim assim e de quando põe um sorriso no rosto ao compartilharmos nossos históricos desastrosos relacionados ao coração. Veja bem, procurei não usar períodos curtos para não parecer nenhum daqueles textos românticos (Comentário auto-depreciativo: Eu sempre fugindo do apego, nada mudou mesmo).
A questão é que eu não faço ideia do que se passa em sua mente, mas não tenho o direito de o culpar porque eu não deixo de agir da mesma maneira.
Enquanto isso, do meu lado direito aquele que parece um tal baterista, quase um semi-deus fora do palco. Do esquerdo, o que fica insistindo, insistindo e eu fugindo, fugindo. 
Mesmo cercada, estou disposta a esperar. 
É importante, porém, que você saiba que - rufem os tambores- eu não estou apaixonada. 
Entretanto, é verdade que eu evitei e evitei e meus dedos mesmo assim foram mais rápidos: Antes que eu me desse conta, escrevi meu primeiro texto sobre você.
E vocês sabem, né... Uma vez escrito, uma vez marcado.

domingo, 7 de abril de 2013

"Vai, Bárbara! Ser gauche na vida"

Tudo o que eu vejo -seja uma imagem, uma ação, um quadro ou um momento- 
Tudo o que escuto -seja uma música, um ruído, um poema ou um tormento-
Somados a tudo o que inalo e tateio
Parecem me atingir de uma maneira diferente 
Se comparado à outrora

Sou formada de retalhos
Você pode até me chamar de cópia
Mas eu prefiro a palavra "inspiração" (sim, devo ter copiado isso de algum lugar)

Eu bem que queria ser uma dessas que se contenta em trabalhar a vida inteira em um escritório ou consultório cinzento,
Casar depois de cinco enrolados anos de namoro,
Ocupar a mente em viagens para a Disney com os filhos uma vez por ano
E se achar no maior direito de reclamar sobre a corrupção

Mas eu não consigo e nem quero seguir essa linha
Eu quero conhecer o mundo com suas maravilhas e desgraças
Quero respirar tudo o que é tipo de expressão ou arte;
Enamorar-me e descepcionar-me com as pessoas
O que eu quero é ter uma perspectiva que transcede o medíocre dessa cidade

Se você perguntar quem sou eu ainda não terei uma resposta concreta
Porém, estranhamente, sinto-me no mais puro "eu" possível