domingo, 21 de outubro de 2012

Não sou eu, é você.

Você sentou do meu lado e eu fingi que não notei sua presença. Encostei minha cabeça na janela para tentar disfarçar minha inquietude. "Deveria estar na aula de Matemática", pensei. Usava meu brinco de penas e no momento em que seus olhos percorreram minhas pernas desejei estar vestindo um shorts menos revelador.
No entanto, logo que fui procurar por meu iPod para me desconectar deste mundo caótico, você me pôs no chão. Nas poucas palavras que usou, me passou confiança e naturalidade.
"Respeito", você disse inúmeras vezes. Mas bem que gostava dos nossos beijos quentes embaixo do MASP, não é? Entretanto, sempre ficava aquela sensação de que faltava alguma coisa. E esta "alguma coisa" tinha uma definição bem diferente para cada um de nós.
Você queria que eu usasse aquele par de calças pretas com mais frequência. Afinal, elas permitiam que você sentisse mais detalhadamente o meu corpo. Agora, injusto é confessar que eu raramente sentia arrepios. Triste é o pesar que me dava ao te ligar e escutar as conversas de fundo. Incerto é o porquê de experimentar tantas camisas e nunca comprar uma, mesmo que esta fosse a prova de café. Pior é que ao sentir o seu deleite escorrendo em minha mão, tive que fingir que no meu peito também havia suspiros.
Quanto a mim, não sei bem o que procurava. Acho que talvez um pouco de diversão, conhecer pessoas novas ou só uma pitada de ousadia. Sinceramente, eu sinto muito se te feri. Você é um cara legal. Não canso de repetir isso, porque é verdade. Mas esses encontros estavam indo para uma direção errada e eu não gosto de criar ilusões.
Em uma situação desta, a qual eu fujo, chego a parar e pensar: Parece que tenho medo de ser feliz. Mas depois a cabeça esfria. Pois isso não cabe neste caso. Afinal, o que me conforta é saber que felicidade seria algo que dificilmente conseguiria ter com você.


I love myself better than you
I know it's wrong, so what should I do?


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Não é tempo para bocejos.

Tá aí, finalmente um texto que não vai ser sobre você. Está bem, pelo menos não tão de imediato. Este texto é sobre o outro. E também sobre outras coisas. Coisas que vem impulsionando o meu respirar.  
Não é tempo para bocejos, porque já dormi demais. O que eu quero no momento é jogar os braços pro ar e sentir as gotas da chuva pingarem na minha pele. Quero terminar de ler "O Perfume", tomar chá dos mais diversos sabores, assistir àquela animação japonesa e perscrutar entre as ruas desconhecidas de São Paulo. Resumindo, o que eu quero mesmo é curtir. Sim, odeio este termo por transpirar tamanha superficialidade. Mas perdoe-me se superficialidade é exatamente o que eu preciso nesta fase.
Como se tais trivialidades já não bastassem para me distrair, aparece um segundo personagem. Aquele que me provoca com palavras. Ele pode ter braços firmes, ser mais homem do que eu pedi. O engraçado, porém, é que esses artifícios não surtam o efeito que deveriam. Porque ele não me intimida. Por outro lado, a atenção sufocante contrasta com o senso negligente. Não sei o que pensar, honestamente.
A minha única convicção é de que essa relação é puramente carnal. Apesar de os beijos não terem tanto gosto, eles ainda me deixam ofegante. Pelo menos por um minuto é como se aquele outro nome não existisse -Embora ainda tenha contido bravamente as lágrimas no caminho de volta para casa. Mas admito que gosto de como ele me trata de igual para igual. De quando a sua barba por fazer roça na minha pele e de quando me apoio em seus ombros ao bater o cansaço. 
Mais que isso, gosto de mim por conseguir olhar no fundo dos seus olhos sem pestanejar. E eu me assusto como a minha mente polui ao nos afastarmos... Não se sinta especial por causa disso, porém. Não me leve a mal. Tem boa índole, contudo nada de extraordinário. Não deixa de ser apenas mais um robô seguindo a grande máquina. 
Tanto faz para mim se durar um dia ou um mês (Mas, por favor, que este seja o limite máximo. Pelo amor de Deus). Contanto  que você me dê mais abraços e eu receba menos mensagens, eu estou curtinho.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ácido como o primeiro amor.

Olha, é com os olhos cheios d'água e dor que te digo: Eu ainda não te esqueci. Bem apelativo e direto. Eu não te esqueci. Assim como na ânsia deste momento me parece que jamais irei te esquecer.
De fato, tenho a convicção de que não vou. Carregarei para meu túmulo os sentimentos que tive por você. Sua voz, seus braços acolhedores, quão também os sonhos quentes nos quais você apareceu e sorriu serenamente para mim. Mas quando a memória começa a se apagar e a carne a pedir, começo a enlouquecer. Enlouquecer pelo fato de achar que realmente devo algo a você. Enlouquecer por olhares recaírem sobre mim e sentir-me culpada, como se estivesse o traindo. 
Não posso negar que você me fazia sentir como se estivesse nas nuvens. Quando o via era realmente como se borboletas se revirassem em meu estômago e todas aquelas demais metáforas de conhecimento popular. Você me fazia sentir viva, em um lugar no qual todos já estavam enterrados. Você me fazia sentir bem. 
Pretérito imperfeito. Passado. Significa que isso teve seu fim. Não o culpo por nada. Além do mais, de nada adianta, já que apontar os culpados nessa história é completamente inútil. Seria mais fácil se tivesse raiva de você, mas nem isso consigo. Seria mais fácil. Mas não é.
Porque eu te amo. Acredite, nunca usei essas palavras em vão. Sinto-me no mais alto nível da cafonice, mas o que posso fazer se é esta a verdade? Em meu coração, não foi apenas um caso adolescente. Pergunto-me se você pensa em mim, mesmo que só às vezes. Patético é que, sinceramente, se ao menos UM dia você se lembrar de mim com afeto, estarei satisfeita com esses restos. 
Vejo que meu propósito ao iniciar esse texto era totalmente outro. Todos caminhos, não importa para onde eu corra ou esconda, parecem me levar a você. Saber que as chances de um dia te re-encontrar são extremamente mínimas rasga uma enorme cicatriz dentro de mim. Diariamente. Pouco a pouco, vou perdendo minhas forças. 
Repito: Eu te amo. Mas não posso deixar que você, miragem celestial de meus sonhos, se torne mais um dos labirintos que figuram meus pesadelos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os dias passam em branco,

...O que não necessariamente significa que estes sejam irrelevantes. Bem, a vida é feita de pequenos momentos, não é? Só o fato de nada de extremo acontecer já me deixa em certo estado de "paz de espírito" -se é que isso existe. Confesso que desde que re-aprendi a assobiar não paro de imitar os acordes de "Young Folks".
Pelo menos duas vezes durante a semana almoço sozinha na Starbucks, me deliciando com os momentos de solidão. Nada melhor do que a minha companhia. Digo isso, porém, sem tom de egocentrismo. Acontece que eu tenho uma relação de verdadeira amizade com a solidão. Enquanto as pessoas meio que fogem dela, eu a persigo. Poderia escrever um texto enorme só falando disso (De fato, vou. Algum dia aí.) Enfim, desculpe-me se tenho sonhos diferentes.
Percebo também que as pessoas enlouquecem nessa cidade. Não as culpo. Para alguns esse mundo pode ser realmente cruel e a melhor saída é a insanidade. Diariamente eles imploram por um pedaço de pão ou um sorriso. Pergunto-me o que faz deles diferentes de mim. Sinto, então, uma pontada de culpa e desconforto, que logo passa.
Entre caixas de recordações reviradas, o tempo pesa em meus ombros - E ao contrário do mundo, este pesa muito mais do que uma mão de uma criança. Não tenho mais noção se aquilo aconteceu ontem ou sete anos atrás. Dez anos? Caramba. É difícil pensar que foi menos difícil dizer "adeus" do que eu achava. E por que raios você foi apegar-se à menina sorridente? Isso só fez com que ela aos poucos definhasse. 
Alienações. Meus tipos de drogas giram em torno de marcar um limite de páginas para ler por dia e comprar ingressos de festivais de música, os quais eu não hesito em gastar dinheiro. Afinal, eles basicamente me dão a ilusão de que a vida tem um propósito momentâneo maior.
Perdoe-me os mendigos que dormem na linha azul do Metrô, mas The Killers vão vir no próximo ano e eu estou contente.