quarta-feira, 1 de julho de 2015

Epitáfio

15 em um ano, 34 no outro,
37 em seu age, menos 20 = 17
Para morrer finalmente nos seus cinco 
(ou seis?)

Tantas memórias detalhadas e madrugadas dilaceradas passadas em claro

Em sua soma, um novo filho estará por vir e esse pode ser o último texto aqui postado

Antes o papel, agora a luz sintética
Escrever sobre terceiros não camufla 
O meu escrever individual

Escrita para mim, de ego
Egoísta 
Egocêntrico

Pois bem, pela primeira vez não tratarei sobre minha pessoa ou 
Meus problemas, meus amores, minhas dores

Como epitáfio, eu dedico finalmente esse texto para... Você.

Para você que se sente solitário em meio a uma roda de risos
Para você que se sente perdido, sem rumo
Para você que nunca se sentiu realmente amado
Para você que teme mais que tudo nesse mundo perder alguém
Para você que perdeu esse alguém

Para vocês todos que têm a sua luta pessoal e por algum motivo vieram parar aqui 
Faço uma autocorreção após quatro anos para tranquilizá-los:
O anestésico não é eterno.



quarta-feira, 6 de maio de 2015

Carta ao Pai

Oi, pai. Quantos dias. Quantos meses.  Quantos anos perdidos. 

Revirei no armário essa noite e achei nele umas poucas fotos que carregam memórias selecionadas. Borrões, dedos na lente e caretas mostram a liberdade em ser feliz.
A gente parecia bem. Tão unidos. 
O que aconteceu? Um divórcio pode realmente justificar toda essa reviravolta?

E vem de novo aquele sentimento nostálgico ao me deparar com uma realidade que de tão distante mais parece ficção.

Tudo bem, pai.
Queria dizer que apesar dos seus excessos de trabalho,
Da dança do baile de formatura que nunca tive
E do documento que está por ser assinado
Eu não acho que você seja má pessoa

Apenas me perdoe se nossos ideias não caminham juntos

É verdade, pai.
Acho que só com os vídeos foram necessários para você ter ciência total do meu crescimento.
Eu sinto muito mesmo pela história que a gente nunca teve. 

Prazer, pai.
Minhas cores favoritas são as frias, as artes me movem, me sinto frequentemente solitária a noite, gosto de escrever pra me expressar, me apaixonei poucas vezes (mas intensas), ano passado fui em cerca de 5 shows, eu não sei nadar até hoje...
Você sabia?

Obrigada por ligar, pai.
Mas chega uma hora que preciso me acostumar a seguir em frente uma vez que nunca fui incluída em seus planos.

Mas mesmo assim, pai
Vou guardar as poucas fotos que tivemos na mais especial gaveta.
Porque independentemente de onde estivermos ou o que aconteça, nunca vou deixar de te amar.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Esta pasta tem seu nome.

Os ventos frios já chegaram e você partiu.
Menos de três casas de tempo de convivência bastaram para nos próximos meses você se fazer presente em minha mente todo santo dia. Nesse meio tempo, não posso negar que tive uma distração em forma de mordidas, mas a verdade é que elas mais serviram de incômodo do que de prazer. Muito "mimimi", como o status bem o definia. Isso, somados ao "oie" insistente - que a propósito, espero nunca mais ter notícias -  só ressaltam o quão você é singular. 
Sobrenome de Caetano, o óbvio não te atinge nas palavras nem no modo de pensar ou tocar. 
Compartilho da ideia de que talvez o universo possa ter escrito certo por linhas tortas, assim como você disse. A distância acaba sempre trazendo um toque mais utópico ao permanecer no campo da imaginação. 
Mas a verdade é que eu estaria disposta a conhecer seus defeitos, um por um. A esperar pelo pior, a bater a cara com a decepção ou qualquer infortúnio desconhecido que estivesse por vir. 
Porque os outros beijos já não tem o mesmo sabor e o seu olhar me causa explosões internas como nunca ninguém fez. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Eu, objetual

"Oi, meu nome é Bárbara e eu sou tranquila, equilibrada, profunda, funda, colorida, cheia e vazia. 
Sou também arrogante, prepotente, tento ser o que não sou. 
Sigo um padrão e ao mesmo tempo o quebro. Sou tripla, exótica, excêntrica e tenho vontade de me ressaltar pela aparência. Além disso, o oposto ao normal me atrai.
Sou única, exclusiva, conectada, surreal. Conceitual, obscura, criativa, criativa, vívida, melancólica, dual, conraditória, vaidosa, me importo com a minha estética. 
Sou o "o que é isso?/quem é ela?". Sou grande, pesada, fácil de quebrar.
Tenho esse contraste de cores: Ora sou branca, ora preta, ora azul
Nunca cheia, nunca preenchida. 
Às vezes não me encaixo ou caibo ao meu meio, mas nisso também há cor".

O texto acima foi criado na aula de Linguagem da Performance I. A proposta da aula consistia em trazer um objeto metafórico que o representasse. Os objetos foram espalhados na sala de modo que ninguém soubesse a identidade de cada um. Desse modo, cada pessoa julgava o objeto do outro de acordo com suas percepções, deixando um papel anônimo ao lado. Depois, cada um leu as mensagens e redigiu um texto em primeira pessoa de acordo com essas visões dos outros.
E esse foi o meu resultado. 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Eu vivo para esses momentos

Uma massagem maternal com o frescor de menta
Um abraço nu, calado, dizendo o que mais importa
Um sossego na rede numa tarde pós chuva
Uma música que eleva a alma no descer da colina
Uma madrugada pacífica com apenas o bater das teclas
...
São muitas vezes mais verdadeiros do que uma viagem pronta para Disney
ou um baile grandioso de debutante

Lembre-se disso.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Nós, audiovisual

Bastou dois toques
Em um lugar tão improvável 
Para que os sinais fizessem
Com que encontrasse a alma cheia de
Jazz, choro, rock...

Me mostrou os sons dionisíacos do serrote
Mas seu forte mesmo é o baixo
Uma vez que confessou para mim que
"Só pensa em baixaria"

Garrafa melada
5 fotos
3 deletadas
2 de 4
Espasmos incontáveis
E uma entrega em sugar que
Apenas repito:
Puta. Que. Pariu.

É quase como se saísse de um livro
Com seu estilo Johnny Depp
E seu sotaque “coxipster“ bahiano

Tava querendo apenas uma foda 
Mas a paixão que acabou me fodendo
Porque o timing foi paradoxalmente 
Perfeito e igualmente injusto

Rapaz, vê-lo partir dói
Mas o guacamole e o acústico de Cobain
Fizeram essas 48 horas
Valerem mais a pena
Que os passados 
De 12 meses e tanto

Se você acabar lendo isso, 
Não me ache louca (Embora eu seja, um pouco) 
Apenas é meu jeito de registrar os detalhes 
E guardá-lo carinhosamente 
Assim como você faz 
com seu violão sete cordas.