segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013, siga o exemplo de 2012 e seja legal comigo.

Há exatamente um anos atrás, uma garota, indignada com o fato de não ter ingressado na faculdade que gostaria, reclamava de como 2012 seria um porre. Segundo seu pensamento na época, seria um período o qual não teria muito o que lhe acrescentar, apesar das novas experiências que a aguardavam. Ou seja, em seu conceito, era um ano para tudo dar errado. Mal sabia ela que 2012 reservava eventos únicos, pessoas extremamente marcantes, viagens memoráveis e muito mais. 
Ok, chega de falar em terceira pessoa. O que quero dizer é que 2012 foi provavelmente o melhor ano da minha vida - Até agora, né. Deste modo, com a chegada de 2013 é inevitável não balançar os acontecimentos do ano anterior. Abaixo estão as principais razões, algumas ditas de modo mais velado, pelas quais esse ano valeu tanto a pena: 

- Os meses no Leão.
- Os meses com os supostos "inteligentes".
- 505 e This too shall passs.
- O primeiro exercício tão real da cidadania: O primeiro voto.
- Carta de motorista!
- O letrasdebatom, desafio diário e poço da minha criatividade.
- Ele. Simplesmente, ele.
- O outro, o qual não pode ser comparado de forma alguma em questão de sentimento em relação ao de cima, porém é digno reconhecer que foi importante nessa minha transição de menina para mulher.
- Algumas outras pessoas que entraram na minha vida tão subitamente e vão deixar saudades: Renato, Otávio, Jonas, Wilson, Celina, Giovanna, Luana. Não sou de mencionar nomes tão explicitamente assim, mas vocês merecem ser lembrados de alguma maneira.
- A reforma do meu quarto. Jamais pensei que algo tão aparentemente "banal" pudesse ser tão revigorante.
- Lollapalooza! Não tenho palavras para conseguir descrever a emoção de ver algumas das minhas bandas favoritas ao vivo, como Arctic Monkeys, MGMT e Foster the People.
- Show do Noel Gallagher.
- Festival da Cultura Inglesa.
- Show de The Pretty Reckless.
- Teatro Família Addams.
- Viagem pra Nova York, a qual saiu dos meus sonhos e tornou-se realidade. Mais que isso, me fez abrir os olhos (e coração) para o mundo da arte - Marco que possivelmente mudou o rumo de minha vida.
- Viagem pra Punta Cana, que além de ter sido extremamente relaxante me deu mais uma perspectiva que só viagens de longa distância conseguem proporcionar: A de perceber o quanto o mundo é grande, assim como a diversidade cultural; e de como as pessoas são diferentes e ao mesmo tempo iguais em todos os lugares.
- Os amigos que resistiram aos caminhos diferentes.
- As perdas, que foram necessárias e só me fizeram crescer.
- O ganho cultural, o qual eu fui a minha própria professora.

Eu não tenho uma ideia tão específica do que me espera em 2013. Poderia, mas não vou fazer uma lista das coisas pelas quais mais eu estou ansiosa como da outra vez. 
Nada como deixar a expectativa em aberto e sentir o cheiro inigualável do inesperado, do mistério no ar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Morte apática

Se você pudesse espiar
O olho de minh'alma
Se depararia com um buraco
Mais vácuo que o Universo

Se você pudesse sentir
O desespero que me percorre
Talvez assim voltaria
Para me acolher em seus braços

O fantasma tão conhecido retornou anteontem
E a sombra me convenceu que nada faz sentido
Ao proferir as palavras irmãs
Ânsia e Insignificância

Em meio a tantas dúvidas, uma única certeza: 
...IRA...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Desconecte-se.

Sim Alex, às vezes eu me olho no espelho só para lembrar que eu ainda estou ali. Porém não me sinto mais jovem do que pensei que sentiria por agora...
Chega essa época do ano e você se sente um peso morto na terra. Passa a dormir cada vez mais e, ainda assim, o cansaço só aumenta.
Dia desses fiquei quase uma hora sentada no piso frio do meu quarto. Computador, televisão e todos os demais aparelhos eletrônicos desligados. Olhos semicerrados, respiração em paz, ouvidos apurados, cabeça vazia. Como estar dormindo, só que acordada. 
"Eu, cada vez mais insignificante para vocês. Vocês, cada vez mais insignificante para mim. Me sinto na pele daquele inseto, o Gregor". Se bem que eu estou mais é para ermitão...
Difícil descrever de maneira fiel, mas senti como se fosse atingida por uma sensação paradoxa de estar desconectada com uma parte do mundo e, ao mesmo tempo, totalmente ligada com um universo mais real. 
Meio louco isso, eu sei.
Mas na verdade, toda essa pseudo-epifania só me serviu para chegar a uma importante conclusão:
Eu preciso urgentemente de férias.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nu e cru.

Pela primeira vez eu atendo o sussurro que ecoa em minhas nuvens: Não pense, só seja. Porque chega um momento em que o saudável é não ficar dependendo de condições e planos.
Finalmente sinto a liberdade para viver. 
Eu quero o calor, 
O sabor,
A fragrância,
Os delírios e
As mentiras.
E tudo isso você pode me oferecer...
Então "por quê não?", pergunto-me.
Você não se tornou presente no meu mundo onírico, tão pouco foi impactante como o que me fez derrubar rios de lágrimas vermelhas. Mas de vez em quando deparo-me sorrindo em momentos inesperados e isso é bom sinal.
Bem que eu poderia romantizar a situação toda, mas prefiro deixar assim: Real e sem mistificações. 
Pois de idealizações e expectativas anormais, minha vida já está mais que saturada. 



domingo, 21 de outubro de 2012

Não sou eu, é você.

Você sentou do meu lado e eu fingi que não notei sua presença. Encostei minha cabeça na janela para tentar disfarçar minha inquietude. "Deveria estar na aula de Matemática", pensei. Usava meu brinco de penas e no momento em que seus olhos percorreram minhas pernas desejei estar vestindo um shorts menos revelador.
No entanto, logo que fui procurar por meu iPod para me desconectar deste mundo caótico, você me pôs no chão. Nas poucas palavras que usou, me passou confiança e naturalidade.
"Respeito", você disse inúmeras vezes. Mas bem que gostava dos nossos beijos quentes embaixo do MASP, não é? Entretanto, sempre ficava aquela sensação de que faltava alguma coisa. E esta "alguma coisa" tinha uma definição bem diferente para cada um de nós.
Você queria que eu usasse aquele par de calças pretas com mais frequência. Afinal, elas permitiam que você sentisse mais detalhadamente o meu corpo. Agora, injusto é confessar que eu raramente sentia arrepios. Triste é o pesar que me dava ao te ligar e escutar as conversas de fundo. Incerto é o porquê de experimentar tantas camisas e nunca comprar uma, mesmo que esta fosse a prova de café. Pior é que ao sentir o seu deleite escorrendo em minha mão, tive que fingir que no meu peito também havia suspiros.
Quanto a mim, não sei bem o que procurava. Acho que talvez um pouco de diversão, conhecer pessoas novas ou só uma pitada de ousadia. Sinceramente, eu sinto muito se te feri. Você é um cara legal. Não canso de repetir isso, porque é verdade. Mas esses encontros estavam indo para uma direção errada e eu não gosto de criar ilusões.
Em uma situação desta, a qual eu fujo, chego a parar e pensar: Parece que tenho medo de ser feliz. Mas depois a cabeça esfria. Pois isso não cabe neste caso. Afinal, o que me conforta é saber que felicidade seria algo que dificilmente conseguiria ter com você.


I love myself better than you
I know it's wrong, so what should I do?


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Não é tempo para bocejos.

Tá aí, finalmente um texto que não vai ser sobre você. Está bem, pelo menos não tão de imediato. Este texto é sobre o outro. E também sobre outras coisas. Coisas que vem impulsionando o meu respirar.  
Não é tempo para bocejos, porque já dormi demais. O que eu quero no momento é jogar os braços pro ar e sentir as gotas da chuva pingarem na minha pele. Quero terminar de ler "O Perfume", tomar chá dos mais diversos sabores, assistir àquela animação japonesa e perscrutar entre as ruas desconhecidas de São Paulo. Resumindo, o que eu quero mesmo é curtir. Sim, odeio este termo por transpirar tamanha superficialidade. Mas perdoe-me se superficialidade é exatamente o que eu preciso nesta fase.
Como se tais trivialidades já não bastassem para me distrair, aparece um segundo personagem. Aquele que me provoca com palavras. Ele pode ter braços firmes, ser mais homem do que eu pedi. O engraçado, porém, é que esses artifícios não surtam o efeito que deveriam. Porque ele não me intimida. Por outro lado, a atenção sufocante contrasta com o senso negligente. Não sei o que pensar, honestamente.
A minha única convicção é de que essa relação é puramente carnal. Apesar de os beijos não terem tanto gosto, eles ainda me deixam ofegante. Pelo menos por um minuto é como se aquele outro nome não existisse -Embora ainda tenha contido bravamente as lágrimas no caminho de volta para casa. Mas admito que gosto de como ele me trata de igual para igual. De quando a sua barba por fazer roça na minha pele e de quando me apoio em seus ombros ao bater o cansaço. 
Mais que isso, gosto de mim por conseguir olhar no fundo dos seus olhos sem pestanejar. E eu me assusto como a minha mente polui ao nos afastarmos... Não se sinta especial por causa disso, porém. Não me leve a mal. Tem boa índole, contudo nada de extraordinário. Não deixa de ser apenas mais um robô seguindo a grande máquina. 
Tanto faz para mim se durar um dia ou um mês (Mas, por favor, que este seja o limite máximo. Pelo amor de Deus). Contanto  que você me dê mais abraços e eu receba menos mensagens, eu estou curtinho.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ácido como o primeiro amor.

Olha, é com os olhos cheios d'água e dor que te digo: Eu ainda não te esqueci. Bem apelativo e direto. Eu não te esqueci. Assim como na ânsia deste momento me parece que jamais irei te esquecer.
De fato, tenho a convicção de que não vou. Carregarei para meu túmulo os sentimentos que tive por você. Sua voz, seus braços acolhedores, quão também os sonhos quentes nos quais você apareceu e sorriu serenamente para mim. Mas quando a memória começa a se apagar e a carne a pedir, começo a enlouquecer. Enlouquecer pelo fato de achar que realmente devo algo a você. Enlouquecer por olhares recaírem sobre mim e sentir-me culpada, como se estivesse o traindo. 
Não posso negar que você me fazia sentir como se estivesse nas nuvens. Quando o via era realmente como se borboletas se revirassem em meu estômago e todas aquelas demais metáforas de conhecimento popular. Você me fazia sentir viva, em um lugar no qual todos já estavam enterrados. Você me fazia sentir bem. 
Pretérito imperfeito. Passado. Significa que isso teve seu fim. Não o culpo por nada. Além do mais, de nada adianta, já que apontar os culpados nessa história é completamente inútil. Seria mais fácil se tivesse raiva de você, mas nem isso consigo. Seria mais fácil. Mas não é.
Porque eu te amo. Acredite, nunca usei essas palavras em vão. Sinto-me no mais alto nível da cafonice, mas o que posso fazer se é esta a verdade? Em meu coração, não foi apenas um caso adolescente. Pergunto-me se você pensa em mim, mesmo que só às vezes. Patético é que, sinceramente, se ao menos UM dia você se lembrar de mim com afeto, estarei satisfeita com esses restos. 
Vejo que meu propósito ao iniciar esse texto era totalmente outro. Todos caminhos, não importa para onde eu corra ou esconda, parecem me levar a você. Saber que as chances de um dia te re-encontrar são extremamente mínimas rasga uma enorme cicatriz dentro de mim. Diariamente. Pouco a pouco, vou perdendo minhas forças. 
Repito: Eu te amo. Mas não posso deixar que você, miragem celestial de meus sonhos, se torne mais um dos labirintos que figuram meus pesadelos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os dias passam em branco,

...O que não necessariamente significa que estes sejam irrelevantes. Bem, a vida é feita de pequenos momentos, não é? Só o fato de nada de extremo acontecer já me deixa em certo estado de "paz de espírito" -se é que isso existe. Confesso que desde que re-aprendi a assobiar não paro de imitar os acordes de "Young Folks".
Pelo menos duas vezes durante a semana almoço sozinha na Starbucks, me deliciando com os momentos de solidão. Nada melhor do que a minha companhia. Digo isso, porém, sem tom de egocentrismo. Acontece que eu tenho uma relação de verdadeira amizade com a solidão. Enquanto as pessoas meio que fogem dela, eu a persigo. Poderia escrever um texto enorme só falando disso (De fato, vou. Algum dia aí.) Enfim, desculpe-me se tenho sonhos diferentes.
Percebo também que as pessoas enlouquecem nessa cidade. Não as culpo. Para alguns esse mundo pode ser realmente cruel e a melhor saída é a insanidade. Diariamente eles imploram por um pedaço de pão ou um sorriso. Pergunto-me o que faz deles diferentes de mim. Sinto, então, uma pontada de culpa e desconforto, que logo passa.
Entre caixas de recordações reviradas, o tempo pesa em meus ombros - E ao contrário do mundo, este pesa muito mais do que uma mão de uma criança. Não tenho mais noção se aquilo aconteceu ontem ou sete anos atrás. Dez anos? Caramba. É difícil pensar que foi menos difícil dizer "adeus" do que eu achava. E por que raios você foi apegar-se à menina sorridente? Isso só fez com que ela aos poucos definhasse. 
Alienações. Meus tipos de drogas giram em torno de marcar um limite de páginas para ler por dia e comprar ingressos de festivais de música, os quais eu não hesito em gastar dinheiro. Afinal, eles basicamente me dão a ilusão de que a vida tem um propósito momentâneo maior.
Perdoe-me os mendigos que dormem na linha azul do Metrô, mas The Killers vão vir no próximo ano e eu estou contente.

sábado, 1 de setembro de 2012

180°

Sinto-me estranha. Nos últimos tempos ando me emocionando com poesia, perdendo o medo das ruas na madrugada e ousando mais nas cores. 
Acordo antes da cidade despertar. E toda semana é assim:
Pão na chapa com café puro médio.
Pão na chapa com café com leite médio.
Pão de queijo com café puro pequeno.
Pão na chapa com café com leite pequeno.
Café com pão.
Fato é que eu sou apegada a uma rotina, ainda que eu saiba que ela não seja muito duradoura, como neste caso. 
Mas ainda não captei totalmente o que está acontecendo (Deveria?). 
Só compreendi que alguns vêm, outros vão. E sinceramente, já houve o tempo em que isso me assustava. 
Ao menos aquela depressão pós-viagem não me domina mais e percebi que ler Til não é tão sacrificante assim.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pintura em versos livres

Em um quadro branco
Rabisco os traços
Pinto as cores
As únicas que restaram
Em minha decrépita memória

São curvas abstratas

As quais compõe seu rosto
Ao mesmo tempo em que
Parte de meu desgosto
E de minha alma
Despejo neste fundo de poço

A rima é tosca, desproposital

Pois nem poetisa
Sou
Eterna idealizadora
- Sempre acabo por desapontar-me
Mesmo já não esperando nada

A moldura está roída

A arte não faz sentido
De um jeito lógico
O sorriso irradia um outrora
Incapaz de ser desvelado

Prefiro encarar

Este quadro
Sem defeitos
Reluzente e
Branco

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Nova York se importa.

o ar é diferente. Abafado, exala sonhos e esperanças. As culturas se fundem em uma só. Os milhares pontos de luzes apenas são uma representação pequena da magnitude da cidade. A verdade é que os holofotes fazem o papel do sol. As luzes são intensas. Tão intensas que chegam a cegar nossos olhos -Mas é um ardor agradável, devo dizer. 
existe a liberdade de poder ser quem quer que desejamos ser. Ou seja, nós mesmos. Ponha batom vermelho durante o dia, cumprimente mais as pessoas e prometo que a espontaneidade virá naturalmente. Ouse. Explore o que há mais de puro em sua alma... Crie asas e não tenha medo de voar.
Lá os arranhas-céus não me assustam, a arte cria vida e a linguagem é como um farfalhar de folhas que se arrasta pelo gramado do Central Park.
acontece, simplesmente.
um dia será meu aqui.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Por um fio.

Imploro por migalhas. Faço o mínimo. Nada tenho em troca... Um dia já cheguei a ter a ilusão de que tudo estava finalmente bem resolvido, que nós aprendemos a nos entender. Não poderia estar mais enganada.
Nós nunca estaremos bem. Nunca seremos amigos, como você bem disse. Um estranho. Não sei suas histórias, não sabe meus gostos. Perguntas indiretas, explicações prolixas, tamanha falta de consideração que chega a ser rejeição. 
Quando nos enfrentamos frente a frente, no entanto, é pior. O assunto é delicado, mais frágil que vidro. Uma palavra a mais é capaz de causar terremotos. Portanto, na maioria das vezes, me mantenho calada.
Acredite, eu estou t e n t a n d o... Lentamente, em gestos sutis, mas eu estou tentando! Ao contrário de você. Detesto como sou sempre eu que assume papel de tola, indefesa. As lágrimas que gasto só me desidratam, não levam a nenhuma solução sequer.
Estou tão desgastada que há momentos que penso em desistir; renunciar uma vida que tenha qualquer conexão com a sua pessoa. 
Porém isso não condiz com a minha atual realidade. Porque, me custa dizer, eu ainda sou dependente. Emocionalmente, financeiramente. Além do mais, agir como você age só mostraria o quão parecidos nós somos. E meu orgulho me move para que eu seja melhor que isso. 
Não sei como você se sente, mas para mim dói. Dói demais. Mas se dói é porque ainda me importo. E enquanto o nível da completa indiferença não chegar, significa que ainda haverá algum tipo de laço, mesmo que este seja tênue como um fio. Nem que este fio seja tecido apenas por parte minha.
Porque da sua... Realmente, eu não consigo esperar muito.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tá tudo igual, mas diferente.

As pessoas parecem me procurar apenas quando precisam de mim. Mas eu não ligo - muito. Quer dizer, provavelmente faria o mesmo se algum dia realmente precisasse delas. É meio triste (ou não), mas “saudades” é um termo que raramente aparece na minha vida. Pai, mãe, amigos, família, sinto em informar: Eu não sinto saudades de vocês! Como poderia, se aqui todos estão vivos? (Sim, estou parafraseando aquela música lá) Deveria me sentir culpada? Olhe, a única vez que me lembro de ter honestamente sentido falta de alguém foi… Um cara aí. Bem, deixa pra lá. Já deu o que tinha que falar sobre isso.
São muitos os fatos que estão acontecendo nestes últimos tempos. Gente nova, lugares novos, experiências novas. Mas por algum motivo parece que não há transformação de verdade. Agora, estressante mesmo é ver os outros seguindo em frente enquanto eu pairo e congelo aqui no tempo. Essa sensação de incerteza me sufoca. Mas fazer o quê, se a vida é injusta? Só me pergunto, porém, porque ela nunca pode ser em meu favor.
Bem, chega de fazer o papel de drama queen.   
Merda acontece e ponto final. 
Meu Deus, esse texto não faz nenhum sentido. Mas, francamente, às vezes é bom produzir algo de acordo com o fluxo de pensamento, sem ter que ficar pensando demais em que palavras soam melhores e revendo pontuação etc e tal. De fato, EU deveria ser mais assim. Mais pessoal. Exigir menos de mim, simplesmente deixar as coisas serem. Mas depois de certo tempo, você não consegue mudar. Recordo agora do meu aniversário de três anos. Foi em um buffet enorme e todos pareciam se divertir. Exceto eu, é claro. Na hora de cantar “parabéns” lembro de todos aqueles rostos se contorcendo em caretas de alegria e toda aquela atenção me assustou. Então, comecei a chorar. Berrar de tanto chorar, para ser mais exata.
O que estou querendo dizer é que desde pequeno você tem certas características as quais, independentemente de quanto tempo passe, dificilmente vai conseguir renunciar. Não que eu chore nos meus aniversários atualmente. Isso nem é possível, já que nem aniversário eu verdadeiramente comemoro mais... E aí está o ponto. Pois, se analisarmos, este fato encaixa perfeitamente com a pequena história que acabei de contar. Entendeu a linha de raciocínio?
Enfim.  
Venho aqui outro dia, quando estiver mais “normal”. Aí então voltarei a usar linguagem formal e/ou criarei uma crônica piegas na qual a garota se perde em um mar de corredores sem saída ou algo do gênero. 
A mesma chata de sempre. Só que desta vez em Courier.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"A sua própria fisionomia um dia percebi...

... que começava a esquecer, e era como se ele me largasse novamente. Era uma agonia: Mais eu o puxava pela memória, mais sua imagem se desfiava. Restavam dele umas cores, um ou outro lampejo, uma lembrança fluida. Meu pensamento começa a ter formas vagas. É como pensar num país e não numa cidade. É como tentar aplicar seu tom de pele em outros homens, mas com o tempo até isso também fui esquecendo".

Texto extraído e adaptado do livro Leite Derramado, de Chico Buarque.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Algumas das pequenas coisas que me fazem feliz (Leia quando estiver triste ou à beira de um colapso nervoso).

- O jeito calmo que o meu gato fecha os olhos ao acariciá-lo;
- Achar diários velhos;
- Passeatas na Avenida Paulista;
- Ler até cair no sono;
- Filmes franceses;
- Bottons;
- Caligrafias;
- Troca significativa de olhares;
- Modéstia honesta;
- O som de uma máquina de escrever;
- Pugs;
- Cantar dramaticamente com secador de cabelo;
- Idosos usando boinas;
- O quão brega são as propagandas dos refrigerantes Dolly;
- Descobrir o significado de palavras rebuscadas;
- Cabine telefônica de Londres;
- Gifs engraçados envolvendo Hitler;
- Listas;
- Tumblr;
- Voltar para casa após uma longa viagem;
- Tweets sem erros ortográficos;
- Homens com barba por fazer;
- Sotaques;
- Banhos de espuma;
- Falar em inglês sozinha;
- Delineador de gatinho;
- Quando começa a tocar a versão remixada de Mrs. Britghside na Renner;
- Lanches na madrugada;
- Ajudantes de livraria;
- 505;
- Brincar com os grãos de café na fila do Starbucks;
- Café;
- Chá;
- Tatuagens em lugares escondidos;
- O cheiro da chuva;
- Figuras de linguagem;
- Reticências ...

domingo, 17 de junho de 2012

Diário de uma ociosa.

08h00. Maldita claridade. Deitada ao sofá, as luzes da manhã me acordam de um sono profundo e desnecessário. Os raios de sol pertubam meus olhos, o canto dos pássaros fura meus tímpanos. Fecho as persianas e volto a dormir. 
NOTA: É um belo dia para se trancar e evitar o mundo a fora.
16h00. Minha cabeça lateja e sinto desprezo em relação a minha pessoa. Ingiro qualquer coisa. Qualquer coisa que sei que me fará mal: Alimentos ricos em gordura, colesterol e açúcar. Não que faça diferença, já que nem ao menos o gosto sinto.
18h00. Passo o resto do tempo me distraindo com assuntos supérfluos: Sammi, Rosemary, Bukowski. Mais Sammi do que Bukowski, é duro admitir.
21h00. Após o vapor meus poros estão nojentamente vermelhos. Faço de tudo para ignorar o espelho e torço para que no dia de amanhã eu esteja menos inchada.
0h00. Tomo chá e uma dor agoniante percorre pelo meu dente inferior.
NOTA: Estou ficando velha.
01h00. TV. Alterno entre programas para classe média baixa e desenhos nostálgicos. Os shows sensacionalistas funcionam como uma verdadeira descarga mental. E digo isso no sentido positivo, no meu caso. Enquanto assisto os desenhos, porém, é como se estivesse ao mesmo tempo próxima e distante da realidade.
Nostalgia é uma coisa estranha. Sentimento masoquista. Não sei definir se estaria mais pendente para o lado bom ou ruim.
02h00. Divagações pseudo-profundas a parte, a inspiração verdadeira desce para o ralo. Mas mesmo assim me esforço para tentar escrever algo decente. No entanto, o resultado é sempre um texto medíocre e decepcionante.
NOTA: Isso não é depressão. É tédio.

sábado, 9 de junho de 2012

Não vai passar de uma página.

Nos últimos dias, conclui, pesarosamente, que necessito de ti. Te procuro em cada parede, frase, rua e Facebook; mas não encontro nenhum sinal. Às vezes fecho os olhos e tento imaginar que você foi teletransportado para próximo de mim. Ao pé da porta, seu rosto tenta compreender o que se passa. Mas quando nossos olhares se cruzam, eu não hesito: Me jogo em teus braços e selo meus lábios nos seus. Você responde, demonstrando que ansiava por este momento tanto quanto eu. Toco na sua barba e sinto a sua respiração quente, enquanto suas mãos me guiam para algo a mais. Após certo tempo, então, escuto uma risada de escárnio ao longe. A voz é feminina. Ela te chama. Sem dar satisfações, você para com os movimentos repentinamente e se afasta de mim. Simplesmente sai do ambiente, sem ao menos olhar para trás. Teria se juntado a ela? Ao pé da porta - a mesma que um dia você entrou - eu desmonto em lágrimas e espero, apática, por sua volta.
.
.
.
Pois é. Ao ler estrofe acima, me parece inacreditável que já prometi jamais ser uma dessas garotas que escreve crônicas melosas sobre amor e este tipo de relacionamento... E olhe só no que me tornei.
É que somente agora os velhos "E se..." começam a bagunçar minha mente. Entretanto, acho que nomear isso como arrependimento já é forçar demais. O fato é que embora seja verdade que sinto precisar cada vez mais de ti, esta necessidade é mais psicológica do que física. E repare, a física não é tão desprezível assim. Não mesmo.
Você prefere água à café, nunca ouviu falar de Yung e faz provocações nos momentos insolentes. E mesmo assim, não sai da minha cabeça um só segundo. 
Acho que nem Freud explica.
Há vezes que me pergunto se toda essa paixão incomum foi criada por meu cérebro para dar algo no que pensar. Como se eu procurasse um novo tema para meus textos. Repito tanto e tanto o seu nome que acabo acreditando em nosso conto de fadas. Acabo por acreditar que um dia você foi inteiramente meu. Contudo, pelo menos não me parece impossível que talvez, quando eu encontrar um outro alguém em um futuro breve, nem sua voz eu lembre mais.
Confesso que estou ficando cansada. É agoniante. A distância dói e a realidade de nunca mais te ver faz não me reconhecer mais. Esta é a última vez que escrevo sobre ti.
Que venha a página dois.




He speaks about the travel
Yeah we think about the land

You need something for which to care
Sandy why can't we look the other way?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Livre da floresta dos inquietos.

"Desistência" é um termo forte. Por isso uso justamente ele para descrever a situação atual da minha vida.
Eu desisti! E grito isso como vencedora.
Não foi fácil, porém. Tanto que aconteceu gradualmente, foi uma batalha diária. Tropecei já no final da corrida, mas o importante é que cai. 
Acabo temporariamente voltando para a minha toca. Em frente as telas que ofuscam minha visão, digerindo damascos como louca e fazendo dos livros meu travesseiro. Embora sinta que estou simplesmente vagando pelas ruas de novo, sei que não estou perdida - Igual disse J.R.R. Tolkien, certa vez.  
Infelizmente, é inevitável que uma desistência implique em deixar pessoas e histórias para trás. Sobre "sentir saudades", posso contar nas mãos - Em uma mão, na realidade - os items que me farão falta. Contudo, apesar de poucos, são significativos. São estes: 
1. O professor, o qual aparentemente sem graça, misteriosamente tem a áurea de me fazer sorrir em todas as aulas;
2. Os slides sonolentos; 
3. O estimulante matinal (sem ele nunca sobreviveria); 
4. O meu guia e conselheiro literário, o qual foi essencial para a minha formação como amante dos livros e eu o agradeço infinita e secretamente por isso;
5. Você.

Por último, mas de forma nenhuma menos importante. Você. É contraditório: Não vou, e ao mesmo tempo vou, sentir saudades. Não vou porque nunca sonhei com ti. Por mais que eu tente, você nunca apareceu em meus sonhos. O inconsciente nega a paixão, então gosto de acreditar nele.  
Mas vou, porque acho que o consciente é ainda mais confiável. E outra, trata-se de você - Palavra que tem muito peso. Para início de conversa, nunca desisti de ti. Mas sadicamente é porque nunca lutei verdadeiramente. Nem você lutou por mim. 
Tímidos. Sempre observando um ao outro pelo canto do olho... Neste sentido, somos parecidos. Somente neste sentido, entretanto - Ainda tento descobrir se isso é bom ou não.
Pode soar inocente e improvável, mas adoraria um dia encontrá-lo. Fora e livre da floresta dos inquietos. Você estará vagando pelas ruas... Mas nunca perdido, é claro. Feito eu. Acho que só assim poderei olhar diretamente dentro dos seus olhos, dar um sorriso sincero e perguntar "Como vai a vida?".



Shake me down
Not a lot of people left around
Who knows now
Softly laying on the ground, oohh

I'll keep my eyes fixed on the sun

terça-feira, 8 de maio de 2012

Um pedido mudo de perdão.

O despertador toca, me alertando pra realidade. O meu primeiro instinto é arremessá-lo contra a parede mais próxima. Voltar para o conforto da minha cama e ignorar o mundo afora. Me acomodo em posição fetal e sinto, pelo menos por certo momento, a falsa sensação de segurança. 
Às vezes, eu o escuto. Mas mais vezes ainda, é preferível ligar para o entregador e avisá-lo que não vou. Ele já sabe a mensagem. Apenas me responde com um simples “Ok”.
Nos dias em que eu o escuto, entretanto; me comporto feito um robô. Sempre rio nas horas certas, escuto quando preciso. Mesmo assim, sou inacessível. Ignoro e sou ignorada. Por todos. Ou quase isso.
Estamos tão próximos e tão longes. Vindos de mundos diferentes, mas conectados, de certo modo. Você passa a mãos em seus cabelos para tentar arrumá-los, mas só os deixa mais bagunçados. Cada vez que percebo tal gesto, morro um pouco por dentro.
Os lápis caem, a garota loira é promíscua e eu nada faço. Tenho raiva de mim. Quer dizer, como posso ser deste jeito? Ando sempre de olhos baixos, mas ainda assim provoco temor nas pessoas.
Me desculpe por ser eu. Melhor dizendo, me desculpe por a minha pior parte estar tão exposta e eu só permitir que você veja ela. 


If I could find a way too see this straight
I'd run away
To some fortune that I have should found by now
I'm waiting for this cough syrup to come down

terça-feira, 24 de abril de 2012

Hidrofobia.

O pequeno peixe dourado nada. Nada, nada e… Nada. Absolutamente nada. Uma hora, porém, ele chega ao seu limite. O vidro impede com que ele possa ir além daquele imundo e solitário aquário. Não há saída. Sua memória curta, entretanto, faz com que ele dê meia volta e repita o processo. Incessavelmente.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

8 de Abril de 2012. O melhor dia da minha vida.

Feche os olhos. Feche os olhos e sinta a garoa em sua pele. Inspire o ar daquele ambiente: Suor, grama, perfumes variados, terra, tabaco. Pulo, acreditando poder alcançar o céu. Quero absorver os relâmpagos que cortam as nuvens. A música une as essências. Levanto os braços e deixo que o meu corpo se mova de acordo com os acordes.
O coro acompanha o som mais desconhecido e isso me dá arrepios. Onde vocês estiveram durante esse tempo todo? É por vocês que sempre procurei. O ambiente me dá a sensação inagualável de pela primeira vez realmente pertencer a algum lugar. De fazer parte de um grupo.
Os corpos fluorescentes se movem em câmera lenta. Surpreendentemente, os meus pés não conseguem ficar parados. Não há fome ou cansaço. O Deus da música não me parece mais tão inalcansável. Tenho cada palavra na ponta da língua, o que me deixa sem fôlego por certo tempo. Tudo o que desejo é estocar esse momento para sempre em minha mente…
Adquire-se a forma mais livre possível da alma. As máscaras foram retiradas. Nesse momento, os maiores problemas não têm a mínima importância. Aos que nos assistem, sintam-se a vontade para escolher o adjetivo mais impertinente e ofensivo. Nos chame como quiser. Nós não ligamos. Pois agora não é tempo para rótulos.



We've got nothing to lose
Your social guides give you swollen eyes
But what I've gotcan't be bought

sexta-feira, 23 de março de 2012

O que eu quero ser quando eu “crescer”.

Após assistir inusitadamente um vídeo o qual universitários que cursam Jornalismo falam sobre a carreira e o que ela representa para os próprios, questionei a mim mesma tal reflexão. Primeriamente, nota-se que tais alunos pertencem a uma faculdade que pessoalmente tenho uma repulsa fora do comum, motivo pelo qual senti uma mescla de desdém e auto-piedade. Contudo o lugar onde eles optaram investir seu Ensino Superior não faz deles melhores ou piores. Porque novamente, é algo pessoal. 
Enfim, quero esclarecer o que tal carreira simboliza para a minha pessoa e o motivo de ter escolhido justamente essa profissão para seguir. Sei que nem ao menos ingressei em uma faculdade para poder ter palavras de peso, mas creio que tal fato não modificaria radicalmente meus pensamentos. Acho que sempre tive perfil para essa carreira, de qualquer modo. 
Ao meu ver, o jornalista vai muito além de um informante, um mero mediador de notícias. O jornalista não está restrito a um William Bonner ou à uma Fátima Bernardes. Até porque estes representantes não servem como modelos ou ícones para mim, honestamente. O meu objetivo verdadeiro é trabalhar fora deste tipo de foco. Meu ambiente estaria mais para trás das câmeras, ou em um editora. Não viso ser repórter do jornal noturno ou conquistar a concorrida posição da bancada. Mas acima de tudo, obviamente, serei jornalista. Então sou consciente de que estar preparada para qualquer tipo de situação é essencial. 
É claro que, essencialmente, o Jornalismo tem sim o papel de dar jus a expressão "Globalização" e transmitir, o mais imparcialmente possível, as notícias para o público. Mas para mim, o verdadeiro jornalista é aquele que tem opinião, que tem uma voz. É aquele que está a par do mundo, conhece diversas realidades, vê além de seu mundinho pequeno. Dialoga como ninguém, é bem articulado, crítico. Tem o poder das palavras. É a pessoa que sabe um pouco de tudo. Conversa sobre política e filosofia com a mesma facilidade como quem conversa sobre o filme do momento e personalidades da mídia. 
E isso me fascina de uma meneura que me é inexplicável. Entretanto, confesso que tal profissãp, por estar sempre rodeada por cátastrofes e calamidades absurdas, tende a tornar o indivíduo um  tanto quanto... Frio. E frialdade eu já tenho de sobra, muito obrigada. Por isso está nos meus planos, com o término da Faculdade de Jornalismo, me especializar em dois assuntos que estãp em minha mente já há certo tempo: Moda e História da Arte. 
Em relação a seleção do primeiro item, alguns exclamaram que seria um desperdício de potencial. Ouch. Bem, Moda no geral foi um tema que me interessou desde pequena. Não é uma paixão como a leitura ou a escrita, mas é um dos únicos ramos em que me vejo trabalhando de maneira satisfatória. Reparo que o pessoal que trabalha nessa área sempre se defende, ao ser acusado de superficialidade, dizendo que "Moda é uma arte que permite a nossa forma de expressar" ou algo semelhante. 
Concordo em parte. Moda é sim uma arte. E como toda arte, ela consegue demonstrar como tal sociedade vivia e pensava, além de (pasmém!) ser também - porém não necessariamente sempre - uma liberdade de expressão. Mas o real problema é como a maioria lida com ela. Adotam vestimentas como estilo de vida, fazendo delas suas identidades. As roupas, afinal, deveriam ser um complemento a sua personalidade, e não ela em si. No entanto, o que me atrai mesmo é o poder de transformação que a Moda oferece. De como uma saia mais esvoaçante ou um acessório de cabelo podem deixar a pessoa mais confiante. Ao mesmo tempo, é também uma questão de arriscar, explorar o "novo' e testar nossa criatividade. 
O ponto é: Moda tem sim um lado superficial. Sinceramente, toda profissão tem, porém concordo que em respectiva área essa aspecto é mais atenuante. E calma, não há problema nisso. As futilidades deixam a rotina menos maçante, e isso já não é algo pra lá de significativo? Agora, quanto ao porquê de cursar História da Arte... Acredito não precisar explicar muito. O nome já diz por si própio: História combinada com arte, a união perfeita. Ao me aprofundar nesse assunto, sinto que ganharei uma perspectiva de visão e herença cultural inestimáveis. 
Então, essa é a pessoa que espero que aflore nos próximos anos. Porque sei que ela está aqui dentro, ansiando por ser notada. Uma mulher. Mas uma mulher que não se importa em esperar o tempo necessário.

terça-feira, 13 de março de 2012

Vontade de fazer nada.

Preguiça extrema. A televisão me cansa, a internet tira sarro da minha cara e os livros já não tem mais sabor. E aquele sedativo tão conhecido volta a percorrer minhas veias...
Pelo menos dessa vez eu tenho a cafeína como estimulante para me manter acordada. Passo pela multidão equilibrando o pequeno recipiente com exagerada cautela. É um meio de evitar olhares e negar minha solidão. Meio inútil, entretanto, já que assim que chego no lugar seguro e congelante acabo por derrubar desastrosamente alguns pingos que mancham a minha blusa.
Reparo que os meus textos começam a se tornar repetitivos. Mesmo jogo de palavras, figuras de linguagens e frases deconexas. Nem músicas posto mais, pois são raras as que conseguem traduzir os meus confusos pensamentos. Sou a pior no que faço de melhor. Deveria começar a frequentar as aulas de Redação, contudo não há transporte para volta. E se tivesse, ainda assim não iria, honestamente.
Eu não ligo. Não choro, não rio. Pare de me seguir, julgue a minha roupa. Eu não ligo.
Queria me afundar nas cobertas e dormir por tempo indeterminado. Dormir, dormir e dormir. A melhor forma de escape...
Mas isso não é possível. Porque logo amanhã a história se repete. Assim como os incontáveis dias que se seguem. Esses dias terão fim, é verdade. É o que me consola. Até lá, porém, não quero continuar com essa sensação que aos poucos suga a minha força vital.
Toda essa tortura tem propósito e eu tenho e vou alcançá-lo. Preciso arranjar um jeito de ter que ligar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Assim como Alice...

Uma vibração percorre a terra e alarma que o inevitável está por vir. Mas antes que eu possa me acostumar com tal ideia ou ao menos esboçar alguma reação, o chão se divide em meus pés.
Eu despenco.
Sim, o mesmo grande e gordo clichê de sempre, estou sabendo.
Os destroços me arrastam. Preciso agarrar qualquer objeto familiar que vejo, algo que possa me dar algum suporte. Porém eles escapam de minhas mãos escorregadias. Eu, contudo, não contra-argumento.
Todos esses olhos estão voltados a mim e a Ninguém. A especialista em ser indiferente começa a vacilar. Quem dera pudesse fazer dos "jogos flores que todos odeiam" o meu refúgio. Então, em um estalar de dedos, desligaria tal despositivo quando não mais o necessitasse, daqui a 4 meses.
Sou como um animal que se esconde em uma caverna. Um buraco negro. Nada convidativo. As minhas esmeraldas miram as presas. Não possuo corpo, só tenho olhos. Mesmo assim, os contornos estão embaçados.
Lembro-me por fim que sou míope. 
Realmente Pessoa... Não, não é cansaço. Vai um pouco além disso.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aquele efeito sépia não é tão sem graça assim.

Lençois encardidos. Corpos nus. Pelos. Cinzas pelos ares. Cabelos emaranhados. Você lê Kafka pra mim e eu fecho os olhos. Não importa se as palavras não fazem muito sentido, pois tudo que desejo é apreciar o som da sua voz retumbante. Recite um de seus poemas para mim, comente sobre quão deprimente é a mídia atual ou apenas compartilhe suas histórias de infância. Mas fale. Porque quando você fala... O mundo para.
Seus planos e seus beijos. É como se não houvesse nenhum mal exterior que pudesse nos atacar. Existem somente nós três: Eu, você e nossos pensamentos.
Mais tarde podemos ir ao museu ou ver um filme qualquer. Talvez tomar um café ou comer pizza. Mas mais tarde. Não hoje. Porque hoje, agora, neste segundo quero estar perto de ti. Quero estar entre os lençois encardidos que enlaçam nossos corpos nus, quero tocar seus pelos, inalar suas cinzas e emaranhar ainda mais seus cabelos já emaranhados. 


If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O complexo de filha única nunca vai sair de mim.

Não sei mais no que ou em quem acreditar. Te dizem que não devemos confiar em ninguém, exceto nossos pais. Errado. Às vezes nem neles podemos. É bom lembrar que os seres humanos são cheios de rancor, mentiras e maus instintos. Assim eles crescem e se reproduzem. Erro imenso. Porque seres menores, mas com os mesmos podres, são concebidos então nesse mundo infernal. 
EU.
A raiz de todos os problemas, discussões e mal entendimento. A alimente! Dê moradia, ensino e roupas! ... Amor? O que é isso? Seria sinônimo de egoísmo? Me questiono se vocês procurariam reparar o dano, se eu ficasse surda. 
Não existe um vilão nessa história. Porque todos nós somos os vilões.




With or without you
With or without you
I can't live
With or without you
And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away


PS: Eu sei que postar U2 realmente é "uó". Mas não pude evitar, essa música se enquadra perfeitamente no momento...

Com as luzes apagadas REALMENTE é menos perigoso.

Sim, o título do 'blog' nunca foi tão verídico. Nunca pensei que essa página alcançaria tamanha proporções, tão devastadoras. Sempre soube que corria o risco de "lerem a minha mente". Mas acreditava que segundas e terceiras pessoas nunca se interessariam em visitá-lo e ver o que eu tenho a dizer. Fui ridiculamente tola. Portanto, tornei o seu acesso privado, sábia decisão que deveria ter feito desde sua criação. Agora estou mais segura de que sou eu - somente EU - que posso entrar aqui. 
Entretanto, é verdade que não me esforcei o bastante para evitar tal colapso. "Vomitando essas palavras" - palavras do momento, mas reais; acabei machucando uma delas. E sua reação foi totalmente inesperada e, diria até nobre, o que me fez sentir um verdadeiro lixo. Conflitos que jamais passaram pela minha cabeça aconteceram bem diante dos nossos sentidos. 
Eu errei em não ter tido as entranhas em tentar nos corrigir. Fui covarde. Contudo não retiro de modo algum as minhas palavras. Transcrever meus sentimentos era o meu único modo de desabafo e eu explodiria se esta prática me fosse restringida. Eu pensava que pelo menos no meu espaço eu teria o direito de não ser invadida -ao menos que eu permitisse - e dizer, sem escrúpulos, o que sentia na pele.
Novamente, repito que não é sua culpa. Mas também é injusto ser minha, completamente. Agora, em relação ao nosso futuro, não tenho a mínima ideia do que é melhor ou mais coerente. Acabar de uma vez por todas, cortando o mal pela raiz de um jeito ignorante e sem consideração? Ou persistir e deixar as feridas atrás dos sorrisos, com um pé sempre atrás? Simplesmente não sei. Tenho as minhas apostas, mas só o tempo dirá. 
Independente da resposta - sua perda ou nosso sincero perdão- o importante é que sei que isso também deverá passar


Let it go, this too shall pass.
(You know you can't keep lettin' it get you down. 
No, you can't keep lettin' it get you down.)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vago por essas ruas morimbundas...

Ruas tão familiares e intimidadoras. Crateras no concreto, selva de prédios. Exalam à mijo e corrupção. O sol flameja em minha nuca. O rebanho de ovelhas anda mecanimente e procura não sujar seus ternos baratos ao desviar de um pedinte idoso. Este rasteja seus trapos e amaldiçoa os céus. Há um irreversível desamparo em suas lágrimas. Nas paredes vejo gritos de socorro. Calouros marionetes sorriem ao ascender um cigarro. A cobiça sobrepõe-se ao respeito. Mas a trilha sonora me salva de reações. Sinto estranha empatia pelo cão solitário. Se ao menos o soltassem de sua jaula, ele poderia aprender a latir... O aclive é cheio de brisas, porém não é o caminho mais rápido. Ah, tudo seria melhor se eu ainda pudesse ter o privilégio de escutar, no pico da noite, as melodias serenas do tocador de saxofone.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Faces estampadas em livros de mentiras.

Como se isso já não fosse um fato mais que verídico e óbvio, quero ressaltar com caracteres em "Caps Lock": EU AMO A INTERNET. (Quem não ama, afinal?) Quer dizer, ela me dá espaço para explorar e aprofundar as minhas criatividades. Como ser mais maravilhoso que isso? Fora, é claro, que também me oferece rápido entretenimento e fácil comunicação. 
De qualquer modo, tomei conta da minha dependência quando fiquei com apenas três dias de abstinência, período em que me fez ficar no limite de querer arrancar meus cabelos, tamanha a ansiedade. No entanto, tenho consciência de ser algo em que tenho que me desprender. Para a minha saúde mental e física. Amém.
Enfim, comecei a escrever esse texto não com o intuito de declarar a minha adoração pelo mundo virtual. O que quero mesmo é dizer o quanto uma parte dele me irrita.
Sem mais rodeios, a rede que quero abordar é o Facebook. Porque nada consegue me irritar mais que o Facebook. É estranho. Eu tenho uma relação de amor e ódio - mais puxada para o ódio - com tal website. Melhor dizendo, não com o website. O problema não é ele, e sim as pessoas de lá. Justamente por serem pessoas do dia-a-dia, acho. Todos intitulados ironicamente como "Amigos": Familiares distantes, conhecidos, colegas... (Ah, os colegas. Os piores. São aquelas pessoas que 1. Você não fica face a face faz séculos, mas ainda assim parecem te perseguir como fantasmas com diálogos virtuais diplomáticos ou 2. Você vê todo-santo-dia, mas nunca trocou uma palavra) 
E toda vez que eu entro, é sempre a mesma coisa: Paranoia em colocar modo Offline no chat. Algum pivete aleatório te adicionou. Foto de garota com vestido super justo com legenda implorando por palavras que aumentem seu ego. Notificações para Farmville. Tirinha sobre infância. Frase pronta de algum filósofo tirada do "Pensador". Casal pré-adolescente trocando juras de amor. Jovem querendo fazer pose de revolucionário através de seu iPhone... E etc.
Bocejo. Sim, para variar, é tudo um jogo de imagens. Todos são belos, populares, engraçados e amiguinhos. É incrível. 
Outra coisa que nunca entenderei é como esses indivíduos conseguem se sentir confortáveis em expôr tão abertamente as suas vidas. Eu, pessoalmente, não curto. Me sinto invadida, sei lá. Bem, sei que vindo de alguém que tem meia dúzia de fotos em seu álbum, a opinião não vale muito... Mas compartilhar fotos de sujeitos sem camisa e se vangloriar por ter tendências alcóolatras? Aí já é demais. Me desculpem, mas esse tipo de material vai além da linha do ridículo - Claramente ninguém consegue mais distinguir o público do privado. É aquele velho papo, vocês já sabem....
Sempre que me deparo com algo tão horrivelmente estúpido, acabo soltando a seguinte frase "Nossa, eu não sou obrigada a ver isso..." E o pior é que é verdade. Eu não sou. É uma infeliz opção minha.
Para quem reclama tanto, eu deveria mesmo deletar a minha conta no FB. Mas sou fraca. Gosto de observar as vidas alheias. Me faz perceber o quão patéticas as pessoas podem ser. Ou seja, me faz me sentir um pouco melhor em relação a mim mesma. (Falando em "patético"...)
Sabe, tem coisas que vocês precisam guardar para si mesmos. Sei que vivemos em um país democrático e blá, blá blá; mas pensar duas vezes antes de sair por aí compartilhando o que der na telha não é nenhum sacrifício. 
O mundo agradece. 




Every time you close your eyes: Lies, Lies!
...
People try hide the night
underneath the covers
...
Come on hide your lovers
underneath the covers