domingo, 20 de abril de 2014

Estrofes acumuladas

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Hoje acordei com vontade de chorar. Sem motivo aparente, embora desconfie que tal encontro embrulhou uma série de emoções. Tinha esquecido de como era ruim estar em um ambiente no qual você se sente intensamente desconfortável e desenquadrada. Trouxe à tona aqueles momentos de pizza e risadas forçadas do Ensino Médio, lembra?
Só que dessa vez não é tão fácil assim, dado em conta que meu coração está em suas mãos. 
Droga.
Mais uma vez destruída pelo apego.


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Os feriados sempre parecem esfregar na minha cara o tamanho de minha solidão. Mas como você quer que eu seja uma pessoa que explode alegria a toda hora e tenha amigos de rua levando em conta meu contexto familiar?
Família.
Será que existe essa árvore ideal mesmo, estilo comercial de margarina? Grande e unida, sem discussões ou rastro de inveja sequer? Se a sua é assim, merece um prêmio, porque quase todas experiências trocadas revelaram existir alguma ferida podre em sua estrutura. 

Extra
Queria eu ser uma pessoa mais leve. Espero que a aceitação disso seja por completo: Eu, com as minhas rachaduras.

5 comentários:

  1. o quanto podia vestir estes teus resfolegares hoje, sem a cintura ficar larga ou os ombros grandes, babs.

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  2. Barbara, seus textos são minha dose de morfina diária (Não que eu me drogue, mas suas palavras são como drogas pra mim, viciam). <3

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  3. Necessita-se de anti-vírus
    já parei pra pensar em tantas coisas que saíram de mim
    como um arquivo apagado.
    você é um dos arquivos que me incomodam
    um arquivo idiota na minha memória que eu não vivo sem
    deveria ter te apagado á muito tempo
    mas,
    não
    posso
    será que vc é só um arquivo na minha mente....
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    ou um vírus na minha placa mãe?
    Não sou muito boa para escrever, e meu português não é dos melhores.
    Não tenho a mente criativa
    Tenho apenas um senso comum querendo se diferenciar.
    Mas enfim, você me daria um mero razoável, ou um grande "que merda"?

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    Respostas
    1. Oi Ammy! Desculpa a demora... Nossa, de relance pensei que era uma mensagem com vírus literalmente falando haha (Pra você ver como fiquei traumatizada pelo meu pc ter sido infectado)
      Mas então, eu gostei bastante, achei bem criativo (: beijos e não pare de escrever,
      Babs

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  4. Mas não são justamente as rachaduras - como as das xícaras de café que bebericamos preguiçosamente pelas manhãs - que nos encantam? Ao contrário, a pureza imaculada de hospitais não lhe causa repulsa? Não sei, mas me pergunto: por que gostamos da literatura? Não seria por nos dar um mundo imperfeito, cheio de dúvidas, hesitações, erros, angústias? Talvez não sejam exatamente as rachaduras que nos dão vida, que nos move? Sinceramente, estou aprendendo a ter carinho pelas minhas rachaduras... são elas que me impulsionam a tornar-me alguém melhor. É estranho, mas por causa delas me sinto perdido e, logo, busco desesperadamente por uma direção. Sem elas, todavia, vagaria a esmo sem ao menos notar isso...

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