terça-feira, 12 de novembro de 2013

Não existe personificação mais perfeita da alienação e tédio do que os semblantes dos trabalhadores às 6h da manhã em uma segunda-feira.


Em décimos de segundos
Milhares de trilhas e vidas
Se cruzam em um flash
Paralisante, indiferente

E mesmo lado a lado
A distância de espíritos
É quilométrica, nada elétrica
Embora os toques
Tenham sido compartilhados
Na frieza do metal

Não à toa
Em meio a tantos vultos
Tudo o que se enxerga, porém,
É o próprio reflexo
No correr das janelas

Nesse vir e ir incessante
Tudo o que peço é que
Dessa vez
Fique.

(Poema construído após uma reflexão acerca de uma foto de um metrô lotado) 

3 comentários: