Nos últimos dias, conclui, pesarosamente,
que necessito de ti. Te procuro em cada parede, frase, rua e Facebook; mas não encontro
nenhum sinal. Às vezes fecho os olhos e tento imaginar que você foi
teletransportado para próximo de mim. Ao pé da porta, seu rosto tenta
compreender o que se passa. Mas quando nossos olhares se cruzam, eu não hesito:
Me jogo em teus braços e selo meus lábios nos seus. Você responde, demonstrando
que ansiava por este momento tanto quanto eu. Toco na sua barba e
sinto a sua respiração quente, enquanto suas mãos me guiam para algo a mais.
Após certo tempo, então, escuto uma risada de escárnio ao longe. A voz é feminina. Ela
te chama. Sem dar satisfações, você para com os movimentos repentinamente e se afasta de mim. Simplesmente sai do ambiente, sem ao menos olhar para trás. Teria se juntado a ela? Ao pé da porta - a mesma que um dia você entrou - eu
desmonto em lágrimas e espero, apática, por sua volta.
.
.
.
Pois é. Ao ler estrofe acima, me parece
inacreditável que já prometi jamais ser uma dessas garotas que escreve crônicas
melosas sobre amor e este tipo de relacionamento... E olhe só no que me
tornei.
É que somente agora os velhos "E
se..." começam a bagunçar minha mente. Entretanto, acho que nomear isso
como arrependimento já é forçar demais. O fato é que
embora seja verdade que sinto precisar cada vez mais de ti, esta necessidade é
mais psicológica do que física. E repare, a física não é tão
desprezível assim. Não mesmo.
Você prefere água à café, nunca ouviu
falar de Yung e faz provocações nos momentos insolentes. E mesmo assim, não sai
da minha cabeça um só segundo.
Acho que nem Freud explica.
Há vezes que me pergunto se toda essa paixão incomum foi criada
por meu cérebro para dar algo no que pensar. Como se eu procurasse um novo tema
para meus textos. Repito tanto e tanto o seu nome
que acabo acreditando em nosso conto de fadas. Acabo por acreditar que um dia
você foi inteiramente meu. Contudo, pelo menos não me parece impossível que talvez, quando eu encontrar um outro alguém em um futuro breve, nem sua voz eu lembre mais.
Confesso que estou ficando cansada. É agoniante. A distância dói e a
realidade de nunca mais te ver faz não me reconhecer mais. Esta é a última vez
que escrevo sobre ti.
Que venha a página dois.
He speaks about the travel
Yeah we think about the land
You need something for which to care
Sandy why can't we look the other way?
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