domingo, 18 de dezembro de 2011

Lar, amargo lar.

Há pouco menos de uma semana li um livro (Anna e O Beijo Francês - Stephanie Perkins) que cita um pensamento que muito me fez refletir. Este, diz que a casa é uma (ou mais) pessoa(s), e não um lugar. Embora tal reflexão tenha origem em um romance clichê adolescente, isso não impede de que seja menos verdadeiro para mim. Sendo breve, cheguei a conclusão que eu estou longe de ter uma casa.
Não me entenda mal. Amo meus amigos e colegas que me acompanham e me aturam a tanto tempo. Sou muito grata em poder confiar nessas pessoas, mas é só que aquele velho papo de se sentir um peixe fora d'água me insiste em assombrar.
Sempre me senti deslocada em relação ao resto do pessoal da minha idade. Desde o jardim de infância, me lembro. Nada, porém, que me deixasse depressiva ou inconformada. Algo tolerável. Todavia, após 17 anos estou cansada de ter que fingir que sou igual aos outros. Ter que fingir risos. Aturar dramas desnecessários. Dar explicações. Não é justo comigo, muito menos com os outros.
Quando eu digo que me sinto diferente, não é apenas uma questão de maturidade - mas sim, essencialmente, é. Sou e sempre fui uma pessoa muito crítica, difícil, que não se contenta somente com o raso. Em outras palavras, se preferir, uma pessoa chata e fria. E de forma alguma eu me orgulho disso. Afinal, pessoas como eu têm mais dificuldade em ser felizes, caso isso já não esteja evidente.
Durante muito tempo cheguei a pensar que, portanto, pessoas mais leves e "menos profundas", por assim dizer, seriam ideais como companhia, pois equilibrariam nossas personalidades. Mas depois de muito tentar se enquadrar a eles e a muitas vezes sentir-se desconfortável no ambiente, vejo que estava errada.
O que eu necessito mesmo é encontrar o meu verdadeiro grupo. Pessoas que tenham as mentes mais abertas, gostos semelhantes. Creio que só elas conseguirão tirar este peso sobre mim e me ajudar a atingir uma maior auto-descoberta. Deixo claro que não estou procurando tipos de indivíduos cheios de bate-papos super cabeças que curtam filosofias pré-socráticas ou algo do gênero (apesar que seria muito bom compartilhar uma conversa assim com alguém de tal nível, de vez em quando).
Para ser sincera, não me refiro a um estilo em específico. Mas tenho uma ideia de como ele possa ser, porém. E não é pura idealização, pois eu constantemente os percebo nas muitas ruas de São Paulo. Só que a linha da conversa ainda não chegou lá.
Eu apenas preciso encontrar a minha casa, o meu lar. Os meus muitos lares, melhor dizendo. Para assim, finalmente, poder me encontrar.


Yeah, I know it gets tired
But where are your friends tonight?
Where are your friends tonight?

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