domingo, 29 de janeiro de 2012

Reflexões no banho.

O vidro impede que o vapor transcenda aqueles poucos metros quadrados. Assim como meus pensamentos. Presos. A única música é o som dos pingos caindo no piso frio. Nenhuma distração. Sem televisão, internet ou diálogo. Desconectada.
Me concentro em deslizar as flores sob meu corpo. Ah, as flores! Aroma tão puro, tão limpo. É inevitável não ter meu momento feito personagem "Pássaro". Como não idolatrar Aluízio Azevedo?
Nua sob o capinzal, mas sem o sangue. Desejo que a borboleta pouse sob mim, porém ela insiste em se aproximar e depois voar para longe... Mas, finalmente, o momento de enlace chega. Tem que chegar. Se não, qual o sentido?
Suspiro, em uma mescla de alívio e desprezo. É, a realidade me enoja. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário