sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cicatrizes permanentes.

Fiz minha primeira tatuagem. Próxima ao pulso. Não faz muito tempo, mais ou menos duas semanas atrás. É bem pequena - Incrível como consegui escrever sete parágrafos sobre ela. 505. Sim, foi isso que tatuei.
É inevitável que as pessoas acabem perguntando o seu significado. Eu respondo, "Ah, é só uma música...". Mas, na realidade, não é somente uma música para mim. Simboliza muito mais que isso. Contudo, sinceramente, eu não me dou o trabalho de explicar para elas. É cansativo e inútil.
Porém, como tudo sempre parece mais claro quando eu escrevo, resolvi tentar explicar o que a tatuagem representa para mim. Me explicar. Muito bem. 505. Se tal pessoa ler "quinhentos e cinco", já saberei que para ela isto só passará como um número, como se fosse alguma superstição. Muito dificilmente este indivíduo entenderá. Agora, para quem interpretar como "five-o-five", bem... Então este terá pelo menos alguma ideia do que se trata, ainda que esta seja rasa.
De início, 505 me lembra um pouco S.O.S. O que acho interessante, simplesmente. Está longe, porém, de ser um pedido de socorro ou algo semelhante. Mas voltando ao ponto, e sendo bem fria, 505 é mesmo uma música. Dos meus lindos "Macacos do Ártico" (melhor conhecidos como Arctic Monkeys). Na canção, 505 é um número de um quarto de Hotel. Se fomos analisá-la, supostamente trata-se de uma garota que está em tal quarto, enquanto o namorado está longe. O casal está claramente em crise, mas parece haver resquícios de sentimento. Ele, por sua vez, fica imaginando como está o estado da menina, este tipo de coisa.
Apesar da letra e da melodia serem legais, não foi exatamente por isso que eu tatuei, logicamente. Romantismo para mim nunca passou para fora do meu teclado. Vale mencionar que outra banda que também bastante me agrada, Franz Ferdinand, cita o número em uma de suas músicas, Bite Hard. Neste contexto, entretanto, o número adquire totalmente outro sentido. Pelo o que andei lendo, pode estar relacionado ao código policial estadunidense de "Motorista Irresponsável"... Calma. Não foi também esta a razão pelo a qual eu tatuei.
Agora, finalmente, 505 me representa, em essencial, a minha paixão pela música. Quando eu olho para ela, não penso somente em Arctic Monkeys. Penso nas minhas bandas e músicas preferidas como uma única porção só, marcadas na minha pele. Eles me mudaram, de certa forma. Ou talvez fui eu quem mudei e precisei deles para me acompanhar, não sei ao certo. E a música 505 foi uma das primeiras que causaram algum efeito em mim ao começar a ter afeição pelo estilo Indie Rock e derivados. (Juntamente com todas as canções de The Killers, é claro. Eles foram os artistas que realmente me apresentaram outro universo musical. O texto já está bem confuso, contudo, para entrar em tal assunto). Portanto, 505 pode ser considerado um meio de identificação também. Um hino pessoal.
Que seja, eles fazem parte da pessoa que sou hoje. E quanto ao amanhã? Tenho noção que umas paixões se esvaecem e outras aparecem. É natural. Mas quando eu estiver lá para os meus 40 anos, ou que seja, vou olhar para tal marca e suspirar com nostalgia. Sem arrependimento algum. Afinal, essa era eu na adolescência! E não há motivo para apagar tais memórias. A pessoa de anos atrás pode ter sofrido diversas modificações, mas um pedaço dela sempre estará lá, mesmo que ocultada. Enfim, no meio de tanta efemeridade, é bacana ter algo permanente... Bem, pelo menos permanente até que eu morra e o meu corpo se reduza a pó.



Obs 1: Não vou colocar trechos da música, acho que o texto enorme já fala por si só.
Obs 2: Ah, outras (mas poucas!) tatuagens estarão a caminho. Me aguarde.

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