segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Máscara estrelar.

O cheiro cítrico que tanto gosto está colado no meu corpo. Delineador, ombros nus e os trechos daquela música (You're my best friend / But then you died) presos na minha cabeça. Procuro você na fila de fumaças risonhas e camisas xadrez. Mas não sei exatamente como é seu rosto. Esse é o problema.
Desencano. Fico a um canto, próxima à caixa de som. Escondida nas ondas de meus cabelos, observo. Observo aquela gente, gente diferenciada e viva. Mais viva na alma do que no corpo. As luzes coloridas e serpenteantes repentinamente chicoteiam o seu rosto e nossos olhares se encontram. Aquela vibração de Foals misturadas com álcool pulsam em nossas veias.
Era por você que esperava. Você sabe disso também. Tanto que se aproxima de mim. Me leva pra um lugar mais isolado. Risadas roucas, sem muitas palavras. Meus dedos passam pelas linhas onduladas da estampa de sua camisa. Eu gosto disso... Gosto de você, digo com um olhar já pesado e obscuro, feito aquela noite.
Enquanto você me prende contra a parede e começa a beijar meu pescoço, eu sussuro em seu ouvido embriagado a seguinte frase: "Você não é meu J.G., mas tudo bem..."
Sim, tudo bem. Porque você sabe quem é Dave Keuning e nós compartilhamos os mesmos ódios... Então serve. Naquele minuto, pelo menos, nós nos servimos. Superficial asssim. Sem promessas, sem expectativas. Puro egoísmo. E acabou.


 Pela primeira vez, sinta mais o ritmo do que as palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário